domingo, 5 de junho de 2011

*Implicações- Vegetarianismo

Proteína
Não é preciso comer alimentos de origem animal para conseguir a quantidade de proteínas suficientes na dieta. Uma variedade de proteínas vegetais são deficientes ou apresentam baixas concentrações de alguns aminoácidos essenciais. A qualidade de proteínas é definida por sua capacidade em manter o crescimento em animais. Para vermos a qualidade de uma proteína, temos que ver se nela há todos os aminoácidos essenciais e em abundância, boa digestibilidade e se tem materiais tóxicos tais como inibidores de tripsina ou estímulos alérgicos.
As proteínas animais possuem qualidade alta, enquanto a de vegetais é de baixa qualidade, pois são menos digeríveis, podem apresentar alguns tipos de inibidores e não possuem quantidades suficientes de um ou dois aminoácidos. Entretanto, se este vegetariano consumir uma variedade grande de diferentes alimentos de origem vegetal durante o dia, poderá ser ingeridas quantidades adequadas de aminoácidos essenciais.
Ferro
O ferro é essencial para a vida, ele atua principalmente na síntese das hemácias e no transporte de oxigênio, é encontrado também em enzimas intracelulares. A anemia pode ser definida quando a quantidade de hemoglobina no sangue está anormalmente baixa, ela é um dos problemas mais comum associado à falta de ferro. A falta de ferro também atinge o sistema imunológico.
O estado de ferro dos vegetarianos é muitas vezes questionado, as plantas possuem uma variedade de substancias que reduzem a disponibilidade do ferro. Entretanto, os vegetais contêm outras substâncias que aumentam a captação de ferro, as dietas vegetarianas bem planejadas muitas vezes contêm mais ferro que as dietas onívoras.

Existem dois tipos de ferro: heme e não-heme. O ferro heme é encontrado nos alimentos de origem animal (carne bovina, peixes e aves) e não tem a sua absorção prejudicada pela presença de outras substancias. O ferro não-heme é encontrado em cereais, leguminosas e algumas folhas (principalmente as verdes escuras, agrião). A absorção de ferro não-heme é bem menor, em função de fatores químicos e alimentares. A alta concentração de ferro nas dietas vegetarianas planejadas, combinadas com a ingestão freqüente de frutas e vegetais ricos em vitamina C e A, aumentam a absorção do ferro, e com isso proteger contra a deficiência de ferro. A absorção de ferro é prejudicada com o excesso de laticínios, produtos com cafeína e fibras.

A figura mostra um enterócito, que é uma célula do intestino, o ferro não heme (Fe3+) é transportado para dentro da célula por meio de uma proteína transmembranica, a transportadora de metal divalente 1 (DMT-1). Para exercer a sua função, a DMT-1 necessita que o ferro tenha sido convertido de Fe3+ para Fe2+ , quem faz isso é a redutase citocromo b duodenal.  O ferro heme (Fe2+) entra na célula pela proteína transportadora do heme-1, que se encontra na membrana apical das células do duodeno. Havendo deficiência de ferro, a HCP1 se redistribui do citoplasma para a membrana plasmática das células duodenais, enquanto em condições de excesso de ferro a redistribuição se dá a partir da borda em escova da célula para o seu citoplasma. Dentro da célula, o ferro é liberado da protoporfirina pela heme oxigenase. Depois de liberado, o ferro começa a fazer parte do mesmo pool do ferro não heme, podendo ter dois destinos. Se a necessidade de ferro é baixa, ele continuará dentro do enterócito seqüestrado pela ferritina. Se a necessidade de ferro for alta, ele será transportado para fora do enterócito pela transferrina. O principal exportador do ferro da célula para o plasma é a ferroportina (IREG1). Como a DMT-1, a ferroportina também é seletiva para o ferro na forma Fe2+. Como a transferrina sérica tem grande afinidade pelo ferro na forma férrica, o ferro Fe2+ externalizado pela ferroportina deve ser oxidado para Fe3+, a hefaestina oxidase é responsável por esta conversão.



            Cálcio e vitamina D
           
            A ingestão de cálcio entre os ovo-lacto-vegetarianos parece ser semelhante à dos onívoros, enquanto os veganos captam menos. Os veganos podem manter um estoque saudável de cálcio com uma dieta sem laticínios. Alguns alimentos vegetais que contêm cálcio: amêndoas, feijão, vegetais verde-escuros (couve, brócolis, couve-de-bruxelas e outros) e tofu. Também pode completar com carbonato de cálcio. O oxalato e o fitato, que são muito consumidos pelos veganos pode anular os seus benefícios de sua ingestão mais baixa de proteína e sódio, eles diminuem a absorção de cálcio.
 A vitamina D é essencial para a absorção do cálcio, ela é produzida no corpo pela exposição ao sol, ficar pelo menos dez minutos no sol já é o bastante. O filtro solar de proteção 15 ou mais já bloqueia a produção de vitamina D.
           
           

Bibliografia
SHILS, MAURICE E.; OLSON, JAMES A.; SHIKE MOSHE; ROSS, A. CATHARINE. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9. Ed. Volume 2.  
Postado por: Beatriz Freitas

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