Para o tratamento da anorexia nervosa, é preciso uma equipe multiprofissional, formada por psiquiatras, nutricionistas, psicólogos, psicopedagogos e endocrinologistas. Então o tratamento é feito de forma ampla:
Acompanhamento de um médico psiquiatra e utilização de psicofarmacoterapia. Existem remédios da classe dos antidepressivos, que aumentam os níveis de neurotransmissor serotonina no sistema nervoso e são efetivos para se evitar recaídas. Em casos graves de distorções da percepção da imagem corporal, medicamentos antipsicóticos podem ser utilizados.
Acompanhamento do médico clínico. Em casos onde complicações estejam em curso, a intervenção do clinico ou especialista se faz necessária para tratar e corrigir as alterações provocadas pela recusa alimentar. Em alguns casos extremos é preciso internar a paciente para interromper e reverter a perda de peso.
Acompanhamento nutricional. A recuperação do peso e a reabilitação alimentar é uma meta prioritária do tratamento, devendo ser de forma gradual com uma dieta orientada pelo nutricionista. Um dos princípios desse tratamento é o uso do diário alimentar. Ele é um instrumento de automonitoração, no qual o paciente registra quais alimentos foram consumidos e a quantidade, os horários e locais das refeições, a ocorrência de compulsões e purgações, a companhia durante as refeições, os sentimentos associados e uma “nota” para o quanto de fome estava sentindo antes de alimentar-se e o quanto de saciedade ele obteve com aquela ingestão.
A ingestão calórica inadequada, a variedade limitada de alimentos na dieta e o consumo restrito de grupos alimentares resultam em um consumo inadequado de vitaminas e minerais. Os pacientes com anorexia nervosa que consistentemente restringem os lipídios dietéticos estão em maior risco de terem uma ingestão de ácidos graxos essenciais e uma ingestão de vitaminas lipossolúveis bem menor do que realmente necessitam. Esses pacientes também podem ter deficiência na vitamina D, cálcio, folato, vitamina B12, magnésio, cobre e zinco.
A leptina é um hormônio secretado pelos adipócitos, participa na regulação de vários sistemas, incluindo o sistema reprodutivo, imune, respiratório, hematopoiético e ósseo, além do seu papel no balanço energético, via sistema nervoso central. Na Anorexia Nervosa (AN), sugere-se que as alterações nas concentrações de leptina contribuem para o comportamento de restrição alimentar e a hiperatividade. As pacientes anoréxicas em tratamento apresentam aumento na leptinemia, geralmente associado ao ganho de peso e de gordura corporal, sugerindo que a leptina pode ser um indicador do estado nutricional desses indivíduos. Em alguns estudos, as concentrações de leptina tendem a atingir a normalidade precocemente em resposta ao tratamento de realimentação e de ganho de tecido adiposo, ou até serem maiores que as do grupo controle, contribuindo para o quadro de AN e dificultando a sustentação do peso normal.
Acompanhamento psicológico. A psicoterapia de apoio e a cognitiva são úteis para que o paciente torne-se mais consciente sobre seus atos e possa modificá-los de forma eficaz.
Terapia familiar. Examina a dinâmica familiar que pode contribuir para a anorexia ou interferir com a recuperação. Muitas vezes inclui algumas sessões de terapia sem a anoréxica, um elemento particularmente importante quando o paciente com anorexia nega ter um distúrbio alimentar.
Terapia de grupo. Permite que as pessoas com anorexia falem uns com os outros num ambiente supervisionado. Ajuda a reduzir o isolamento dos anoréxicos que muitos possam sentir. Esses membros do grupo podem apoiar uns aos outros através da recuperação e compartilhar as suas experiências e conselhos.
Bibliografia
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832004000400007 acessado em 05/07/11
SHILS, MAURICE E.; OLSON, JAMES A.; SHIKE MOSHE; ROSS, A. CATHARINE. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9. Ed. Volume 2.
KRAUSE; Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. Ed.
Postado por: Beatriz Freitas
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